terça-feira, 2 de outubro de 2012

Um dia do ano passado.



Páro nos semáforos, uma pressa invade-me para atravessar a estrada
Nada me espera do outro lado, mas nada me prende deste: é por isso que quero ir.
Depressa, rápido, continuar, mover, para a frente, para o mais próximo futuro.
A luz vermelha nunca mais cai para verde. Os peões estão impacientes,
Os ciclistas estão impacientes,
Os condutores estão impacientes.
Não posso deixar de pensar que, ainda que seja hora de ponta
E todas as luzes da cidade me estejam a provocar uma maravilhosa sensação de bliss,
É tão ridícula a forma como as pessoas se apressam.
Querem tudo para hoje, para ontem se possível,
Vendem-se a si mesmas à rapidez de uma forma absurda.
Um momento. Apercebo-me de repente que me enquadro nestas “pessoas”.
E é assustador.
Os 2 minutos em que permaneci no semáforo à espera que o mesmo caísse
Pareceram-me meia-hora.
Mais ainda: o tempo de uma vida inteira.
Pensei para mim mesma que tenho de começar a apreciar estes pequenos momentos:
Esperar que o semáforo caia para verde, no centro de Amesterdão.
O que por si mesmo, é uma experiência.
Deixar de estar sempre à espera. Ou sempre a correr.
À espera de algo, à espera de alguém, à espera do dia.

Este dia foi o dia em que eu me tornei consciente do quão fundamental é: parar para pensar; parar e apreciar; parar e viver. Parar nem sempre é morrer. 

1 comentário:

eXe disse...

And that, is what I call, living.I try it everyday!